sexta-feira, 19 de abril de 2013

A Bela e a Fera (Epílogo)




Um ano depois

Lua estava fechando a Galeria Aguiar quando ouviu Arthur chamar seu nome. Sorrindo, viu que ele descia do carro e caminhava até ela. Tirando a chave da fechadura, ergueu o olhar para ele.


— Olá, querida. Parece cansada. — Ele beijou-a de leve.


— Ah, querido... — Ela apertou-lhe os braços. — Está na hora.


— Na hora de quê?


Ela olhou-o diretamente, apontando a barriga enorme. Arthurr piscou, confuso.


— Agora?


—  Bem, do jeito que tive contrações o dia todo, acho que temos uns trinta minutos.


O pânico dominou-o completamente. — Lua , por que não me chamou?


—  Para fazer o quê? Sentar em um hospital e ficar me olhando? Com minha mãe e minhas irmãs grudadas em mim?


Era verdade, pensou ele. Aquele bando de mulheres à volta não seria fácil de agüentar.


— Pode andar?


—  E até dançar. Quer ver? — provocou ela, ensaiando uns passos.

--- Cuidado! Pare com isso. Ela riu ao vê-lo tão apavorado.

— Venha. Vamos buscar Sofia.


— Não. O médico primeiro. Micael pode pegá-la na escola.


— Mas nós prometemos.


—  Ela terá que entender. Vamos. — Ele pegou-a pelo braço, mas Lua não se mexeu.

— Não vai discutir comigo agora, vai?


— Nós prometemos.


—  Por Deus, Lua! Vai ter o meu... o nosso bebê. Temos que ir.


— Algum problema, sr. Aguiar? — perguntou o dono da loja vizinha.

Arthur olhou-o e respondeu:


— Ela está em trabalho de parto e não quer ir ao médico. — E apontando para Lua, concluiu: — Suas irmãs vão me matar.


— Eu vou. Mas não precisa ter tanta pressa. — Um segundo depois, dobrou-se de dor com mais uma contração. — Acho que é melhor ir. Pelo jeito, seu filho é tão impaciente quanto você.


Arthur não esperou mais e erguendo-a nos braços, colocou-a no carro. Do outro lado da rua, o policial Lindsey ligou a moto e se aproximou.


— Que tal uma escolta policial, Arthur? — ofereceu.


— Sentado atrás do volante, com as mãos trêmulas, Arthur respondeu:


— Obrigado, Mark.


—  Não seja ridículo! — disse Lua, sem saber se sentia vergonha ou achava engraçado o policial abrindo caminho para eles, com a sirene ligada. Muitos amigos acenavam da calçada, desejando boa sorte.


Menos de uma hora depois, na pequena clínica, Arthur segurava o filho nos braços. Lua praticamente dera à luz na porta do hospital, e agora se sentava na cama, com Sofia ao lado. Colocando o bebê nos braços dela, acomodou-se também na cama, beijando-a na testa. Sofia contava os dedinhos do bebê.




Eu te amo — sussurrou ele, beijando-a apaixonadamente. 
— Obrigado. — Ele colocou um anel na mão direita de Lua, com diamantes, e em seguida um outro igual, com pedras azuis.


— Por que outro anel?


— É por Sofia.


As lágrimas inundaram os olhos de Lua, e ao beijá-lo, repetiu quanto o amava, e como jamais poderia ser tão feliz.


Os sonhos dela haviam se tornado realidade, e a prova estava ali, naquele quarto.


Arthur abraçou sua família, os longos momentos de escuridão afastados para sempre. Tinha sido um homem amargo, triste, isolado em sua torre. Lua entrara pela porta, forçando-o a viver novamente e a agradecer por todos os presentes que a vida podia dar. Olhando para a mulher e os filhos, ele reconheceu como o amor podia ser maravilhoso e agradeceu pelo dia em que ela entrara em sua jaula e o resgatara. Ao amá-la, ficara livre... A fera tinha sido salva pela bela e recompensada com seu amor.

*    *    *    *


FIM


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