Tentação sem limites (Capítulo 5)

Sentiu-a se mexer e fechou os olhos rapidamente fingindo dormir. Com certeza ela daria algum ataque e lhe acusaria de tê-la agarrado à noite.
O corpo macio parecia se aconchegar no dele, mas ao virar o rosto e fitá-lo saberia que iria começar.

-Arthur! Me solta! –se desvencilhou do corpo musculoso do rapaz.

-O que foi? –ele perguntou fingindo acordar e coçando os olhos par se 

aprofundar na mentira.

-Por que estava me... abraçando?

-Eu não te abracei. Você que do nada se grudou à mim.

-Eu nunca faria uma coisa dessas. –ela levantou-se enfurecida saindo do quarto.

Caminhou até o quarto de Katherine onde parou na porta para olhá-la. A menina 

estava no chão arrumando sua mochila escolar. Lua surpreendeu-se. Não 

poderia ter uma filha melhor.

-Bom dia, pequena. –abaixou-se até Katherine.

-Bom dia, mamãe. Cadê o papai? –a garota perguntou com os olhos curiosos.

-Está no quarto.

-Você dormiu com ele? –a pergunta fez-lhe mudar as opiniões para outro mundo. 

O mundo pervertido. Balançou a cabeça saindo de um transe e respondeu à 

menina:

-Não. –odiava ter que mentira pra ela. Os olhinhos alegres passaram-se para 

triste. O que mais Katherine queria era que seus pais ficassem juntos. –Vamos 

tomar café da manhã? –Lua perguntou tentando mudar de assunto.

-Vamos. –a menina deu um meio sorriso e se levantou com a mochila nas costas 

e o skate. –Papai! –gritou ao vê-lo saindo do quarto. Correu até ele e o abraçou 

apertadamente.

-Oh princesa. –beijou-a no rosto.

-Vamos tomar café papai? Eu você e a mamãe? –os olhinhos dela brilharam e 

olharam para os dois.

-Claro. –ele sorriu e olhou pra Lua.

-Vou trocar de roupa. –Lua se afastou e entrou no quarto de Arthur.

A situação se tornava realmente estranha. Ambos para os dois. Não se viam à um 

mês. Apenas disputavam e brigavam pela guarda da filha pelo telefone. Não se 

viam mais. Agora viver um perto do outro novamente seria difícil.

Nova York; Editora Newclup; Terça-feira; às 19h18min da noite;

-Lua, garota! Que demora pra atender esse celular!

-Desculpa Mel. Acabei de sair da editora totalmente atrasada.

-O Arthur e a Katherine já estão te esperando.

-Já?

-Sim, né. Já são 19h20min. Estava marcado para as 19h00min!

-DESCULPA, tá legal? Estava difícil para colocar a logo-marca no novo livro. Eu 

não tive culpa.

-Tudo bem. Mas não deixe isso acontecer de novo.

-Credo Mel! Parece até que não é minha amiga.

-Lua, não é isso. Você precisa seguir as regras do juiz.

-Eu sei, eu sei. Por isso já estou indo pra casa, ok?

-Ok. Nada de brigar na frente da Katê, ok?   

-Tá bom, Mel.

-Tchau.

New York; Home Lua; Terça-feira; às 19h46min da noite;

-Mamãe, onde você estava?

-Desculpe querida. Me atrasei no trabalho.

-Tem que ter alguma justificativa para isso. –sua vontade de revidar era grande, 

mas Lua lembrou-se do que Mel havia dito: “Nada de brigar na frente da Katê.” Suspirou e olhou para Katherine.

-Como foi seu dia, querida? –ela perguntou na maior voz passiva de todos os tempos. Queria respeitar sua filha ao máximo.

-Muito bom mamãe. Eu estou me divertindo muito ensinando o Kaique a andar de skate.

-Quem é Kaique? –Arthur perguntou de olhos arregalados.

-É o meu amigo da escola, papai.

-Amigo? –ele perguntou confuso.

-Sim. Eu estou ensinando ele a andar de skate.

-Cadê suas amigas?

-Elas são muito falsas! Prefiro ficar com o Kaique. –Katherine saiu correndo e Lua 

olhou para Arthur com um sinal de reprovação.

-Quem é Kaique? –ele perguntou mais uma vez.

-É amigo dela da escola, Arthur. Nem vem querer bancar o pai ciumento porque 

eu não vou deixar.

-Não quero minha filha perto de marmanjos!

-E quem disse que o Kaique é marmanjo?

-Ah, você conhece ele? –ele perguntou irônico.

-Não, mas eu quero a liberdade da minha filha!

-O que aconteceu com as amiguinhas dela da escola?

-Ela não se dá bem com as meninas. –Lua disse num tom mais calmo.

-Mais tinha que andar com um menino? –ele insistiu.

-Arthur, ela só tem sete anos!

-E daí?

-Eu não vou discutir com você, Aguiar. –disse autoritária e entrou dentro de casa.

***

-Mamãe, papai, boa noite.

-Já vai dormir filha? –Lua perguntou.

-Sim mamãe. Amanhã quero estar disposta para ensinar novas manobras ao 

Kaique. Beijos. –ela estampou beijos nas bochechas dos dois e subiu para seu 

quarto.

-Eu não acho isso certo...

-Arthur, cala a boca. Ela é só uma criança. Nada vai acontecer.

-Ela é minha filha! Eu to preocupado com ela.

-Preocupado com ela ou com ciúmes? –ele cruzou os braços e ela riu levantando-

se.

-Boa noite.

-Ei, vai aonde?

-Pro meu quarto.

-E eu?

-Você? Se vira! –ela se virou para sair mas ele lhe segurou pelo braço. –Me 

solta! –tentou se soltar, mas sem sucesso.

-Se me deixar dormir no chão, eu falo pro juiz!

-Você não vai dormir no chão, bobinho. –se soltou. –Caso não lembre, tem um 

quarto lá em cima.

-Que bonitinha, né? –foi sarcástico. –Você fica com o nosso colchão super macio 

enquanto eu fico no quarto de visitas.

-Querido, -começou irônica. –Aquele colchão NÃO pertence a você, e a palavra 

NÓS não existe mais, ok?

-Eu não vou dormir naquele quarto frio! Vou dormir com você.

-O QUÊ? Mas é claro que não!

-Vou sim! Você não vai me impedir.

-ARTHUR! PARA DE SER IDIOTA! VOCÊ NÃO PISA NO MEU QUARTO. –ele 

rapidamente tampou a boca dela e a trouxe para perto de si.

-Vai acordar Katherine, sua louca. –ela o empurrou e subiu as escadas correndo.

-Você não vai entrar no meu quarto! –ele logo tratou de correr atrás dela. –Sai 

daqui, Arthur! –ela tentava fechar a porta enquanto ele, com as costas, tentava 

abrir.

-Não. –ele conseguiu, por fim, abrir a porta e entrou no quarto. –Nossa, não 

mudou nada. –ele disse olhando ao redor.

-Por que você insiste tanto em ficar aqui?

-Não vou dormir naquele quarto. Eu tenho direitos. –ele abaixou a bermuda, tirou 

a camisa e deitou-se na cama.

Lua estremeceu ao ver seu ex-marido deitando-se na aquela cama onde tivera 

suas melhores noites de amor com ele.

-Vem deitar comigo, querida. –a voz rouca e sexy tornou a falar.

 ...CONTINUA!...

 Gente, eu não to gostando

dessa web. :/

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