segunda-feira, 1 de julho de 2013

June 15th




Capitulo 17




— THUR, RACHEL! ACORDEM! — ouvi Harry chamar desesperado e abri o olho bruscamente. Thur se mexeu, incomodado.
— Que é? — perguntou irritado.
— A Sophie cara, ela esta entrando aqui! — Harry respondeu em um tom aflito e Thur pulou da cama. Eu ainda não tinha sintonizado muito bem o que tinha acontecido, então levantei calmamente e saí do quarto, recebendo um sorriso fraco de Harry quando passei por ele.
Enquanto andava pelo corredor, para ir ao encontro de Mel — agora eu tinha certeza de que ela estava sozinha, já que vi Mica na cama vizinha a de Thur —, ouvi algo que me fez acordar subitamente para tudo o que estava acontecendo.
— Esqueci completamente que a tinha chamado para almoçar aqui, cara! — ouvi Thur explicar impaciente e Harry fazer algum barulho com a boca. Aquilo me atingiu de forma avassaladora. Eu fui usada, mais uma vez. Já estava virando hobby. Entrei no quarto como um foguete e sacudi Mel.
— Que é #$@%!? — ela perguntou esfregando os olhos e fazendo careta.
— Levanta! A gente tem que conversar! — falei impaciente, fui até a minha sacola e peguei a minha escova de dente, depois fui até a dela e peguei a sua, jogando ao seu lado na cama. — Vou ao banheiro e, quando voltar, quero você pronta para me dar mil explicações — ordenei, séria, e ela apenas ouviu calada. Fui até o banheiro e escovei os dentes. Mel bateu na porta. Abri e ela fez o mesmo que eu.
— O que foi? — perguntou e sentou na tampa do vaso.
— O que esta rolando entre você e o Mica? — perguntei cruzando os braços e ela me olhou espantada.
— Maldito Thur! Ele garantiu que conseguia te deixar presa no quarto até hoje de manhã! — respondeu balançando a cabeça negativamente e eu mal podia acreditar que Mel realmente estava dizendo aquilo.
— HÃ? MELANIE, MEU DEUS. O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?
— É isso aí que você está pensando mesmo — baixou o olhar e, antes que pudéssemos conversar mais, ouvi baterem na porta. Era Chay. Ela me olhou assustada e eu balancei a cabeça, dizendo que não contaria nada. Abri a porta e ele entrou. Nós saímos e guardamos as coisas no quarto, depois fomos para a sala, onde todos estavam.
Ao descer as escadas, ouvimos as vozes de Harry e de Sophie, Thur mal falava. Mel me olhou, não entendendo nada, e eu disse que explicava depois. Chegamos à sala e a namorada — argh! — deThur nos olhou com os olhos arregalados.
— Vocês dormiram aqui? — perguntou rapidamente e Mel e eu nos entreolhamos.
— Não, essa aqui é a nova moda: andar de babydoll quando formos visitar alguém — Mel respondeu secamente e Harry e Thur não disfarçaram a risada. Bom, nem eu. — Mas eu não te culpo por não saber disso — continuou, olhando Sophie da cabeça aos pés. Os meninos estavam roxos de tanto rir. E eu sentia vergonha por estar ali.
— Quem a convidou? — ouvi uma voz rouca perguntar atrás de mim e me virei para olhar. Mica estava enrolado em um lençol branco e tinha o rosto amassado e os cabelos completamente bagunçados.
— Bom, acho que eu estou sobrando aqui. Pode deixar, eu vou embora, Micael — Sophie respondeu em um tom revoltado e todos se entreolharam. Eu fiquei abismada com o fato de Thur não sair em defesa dela.
— Não, não, você conhece o Mica, ele não sabe dizer as coisas, Sophie. — Harry tentou amenizar e ficava cada vez mais constrangedor.
— É, já que já está aí mesmo, pode ficar — Mica continuou, dando meia volta e subindo as escadas novamente. Chay logo apareceu na sala e abraçou Mel pela cintura, Harry fez o mesmo comigo e fomos todos para a cozinha. Sem dizer uma palavra. As coisas pareceram melhorar depois que cada uma era abraçada por um dos meninos, porque a expressão no rosto de Sophie estava bem mais amigável. A mesa ainda estava uma bagunça. Tal bagunça foi feita por Thur e eu na noite passada. Ele me olhou, com um sorriso fraco, e eu nem fiz questão de devolver. Meu sangue fervia. Mel pegou uma pá e uma vassoura, limpando o achocolatado em pó derramado. Depois colocou a embalagem sobre a mesa.
— Vocês nem tomaram café ainda? — Sophie perguntou e todos negaram.
— Já é quase almoço, acho melhor a gente almoçar logo — Mel sugeriu, terminando de jogar o pó no lixo.
— É, eu também acho. O que a gente come? — Thur perguntou mexendo nos armários.
— A gente podia fazer uma macarronada, tipo aquela na casa da Mel, que a Rachel fez! — Harry opinou e Sophie olhou para Thur com um olhar fuzilante. Ele não devia ter contado a ela que tinha ido lá.
— Estava boa? Eu nem lembro! — Chay perguntou, coçando a cabeça e olhando em um ponto fixo, depois se sentou.
— Claro que não, nem você e nem a madame ali! — respondi apontando para Mel e ela fez careta. Sophie sentou e eu fiz o mesmo em seguida.
— Sendo assim eu voto para a Rachel fazer! — Mel falou e foi apoiada. Levantei bufando.
— 'Tá, mas cadê o dono da casa? — perguntei procurando Mica com o olhar.
— Vou acordá-lo, assim não dá, não acho nada nesses armários! — Thur respondeu deixando a cozinha e indo procurar o amigo.
Ficamos os cinco conversando, quer dizer, os quatro, pois Sophie não falava muito. Depois de algum tempo, Mica apareceu na cozinha, sendo seguido por Thur. Agora a sua cara não estava mais tão inchada e ele também não estava enrolado em um lençol. Porém, seu humor permaneceu intacto. Era nítido que a presença de Sophie não o agradava.
— Vem, Rach, está aqui! — falou me puxando e me levando até um balcão.
— Valeu, Mica. E bom dia — falei bagunçando seu cabelo e ele fez careta, respondendo o ‘bom dia’ e se sentando ao lado de Harry. Peguei os pacotes de macarrão. — Que é? Vai ficar todo mundo olhando? Podem vir ajudar! — ordenei e Chay resmungou, levantando-se. Thur também se aproximou.
— Eu e o Aguiar vamos te ajudar, gracinha! — Chay disse apertando as minhas bochechas e eu dei língua. Pegamos os temperos e dividimos as tarefas. Harry se queixou de dor nas costas e disse que por isso não nos ajudaria. Ofereci uma massagem depois do almoço e ele topou. Mel disse que ainda estava com sono e que não queria mexer com comida de mau humor. Olhando bem, ela e Mica estavam da mesma forma, mas era para estarem sorrindo de orelha a orelha, depois do que estavam fazendo de madrugada.
— Eu posso fazer a salada... — Sophie se ofereceu.
— Nááá, ninguém aqui come isso — Mica rebateu em um tom ríspido, me fazendo sentir vergonha por ela. Mel e Harry riram abafado. E Thur? Não fez NADA.
— Ah, então não posso ajudar. Não sou muito boa com temperos — ela falou simplesmente e ficou brincando com a ponta dos dedos na mesa.
— Tudo bem, Sophie — aliviei a tensão em tom cordial e ela sorriu. — Você é visita.
— Não sei de quem — ouvi Mica sussurrar, mas acho que ela não conseguiu ouvir. Ainda bem, porque eu não consigo ver isso sem sentir constrangimento.
— Rachel, você quer que corte assim ou em pedacinhos? — Thur perguntou me mostrando uma rodela de tomate.
— Pedacinhos, Arthur. Isso é tão óbvio! — Chay respondeu, já começando a preparar o molho, e levou um pedala de Thur. Ri.
— Pedacinhos mesmo — confirmei e continuei cortando cebola.
— Acho que vou ajudar vocês — Mica disse se levantando e foi aplaudido — Vão cuidar da vida de vocês! — respondeu brincando e ficou ao meu lado. — O que eu posso fazer?
— Ajuda o Thur com o tomate — respondi e ele o fez.
Não demorou muito para que só faltasse derramar o molho sobre o macarrão. Os meninos são realmente muito eficientes. Colocamos a travessa na mesa e Harry ajudou a colocar os pratos, talheres e copos.
— Então, Rachel, você e o Harry estão juntos? — quase tossi com a pergunta de Sophie. Harry me deu uma cotovelada e eu o olhei de relance, ele assentiu, para que eu confirmasse.
— Er, é — respondi sem encará-la, mas senti todos os olhares da mesa para nós dois.
— É uma coisa aberta, legal — Harry continuou e eu o agradeci mentalmente. Esperava profundamente que Thur estivesse prestando atenção naquilo.
— Tudo aberto é legal — Chay concluiu e todos riram, meu segundo agradecimento mental, porque o assunto morreu.
— Eu estava pensando em uma coisa... — Mel começou e todos olharam atentos.
— Prestem atenção, porque isso não acontece com frequência — Mica cutucou.
— Só quando estou sentada perto de alguém que nem tem cérebro — ela devolveu e todos, menos Sophie, aplaudiram. — Então, continuando... Eu já estou quase concluindo mais um ano de faculdade... — mais aplausos e gritos. — Tá, calem-se. E a Rachel já está concluindo seu curso intensivo... Estive pensando em uma festinha em comemoração...
— JÁ É! QUANDO? — Chay perguntou entusiasmado.
— Daqui duas semanas, que é quando a gente conclui — ela respondeu.
— Que tipo de festa? — Harry perguntou.
— À fantasia! — Mel respondeu recebendo mais gritos e comemorações.
— Acho que não vou estar aqui — Sophie comentou desanimada. — Estou com aquela viagem agendada para o Japão.
— Tenho que pensar em uma fantasia f***! — Thur disse praticamente ignorando a namorada, que o olhou com um olhar expressivo de ‘ah, então você vai sem mim?’.
— O Thur podia ir de homem feliz! — Mica ironizou, devido ao fato de Sophie não estar na festa e todos se entreolharam. Até Thur.
— Estava tudo muito bom, Rachel. Mas eu já vou — Sophie com certeza entendeu e com certeza ficou chateada. Sorri fraco. Ela se levantou e foi seguida por Thur.
— Gente, pelo amor de Deus. Mica, como você faz isso? — perguntei logo que os dois deixaram a cozinha.
— Aguentar ela é demais, Rachel. O Arthur só pode ter titica na cabeça pra chamá-la. Parece que estava pedindo — ele respondeu naturalmente e todos riam descontroladamente, menos eu, que ainda não acreditava no que tinha acontecido.
— Qual o problema de vocês com ela? Coitada — perguntei incrédula. Aquela situação realmente não me agradava.
— Ela merece. Eu te garanto — Harry respondeu batendo cordialmente em minhas costas e eu não falei mais nada, não quis insistir. Eles devem saber o motivo de fazer aquilo.
— Eu sei disso, a Rachel que é manteiga derretida — Mel falou dando de ombros e sendo aplaudida.
Interrompemos o assunto, porque Thur voltou para a cozinha. Sentou-se no mesmo lugar que estava e não parecia nem um pouco abalado pelo que aconteceu, pois logo foi perguntando da festa. Mel deu mais detalhes e eu observava aquilo incrédula. Parece que só eu fiquei com pena da garota. Levantei e comecei a pegar os pratos, enquanto eles conversavam. Thur começou a pegar talheres, me ajudando, e Mica pegou os copos. Empilhamos tudo, Mel trouxe a travessa — vazia — e a lavou antes de tudo.
— Estou com vontade de jogar sinuca! — Mel disse assim que colocou a travessa limpa no escorredor.
— Eu te desafio! — Harry arqueou uma das sobrancelhas.
— Vai ser moleza, Mel — Thur zombou, levando um chute do amigo. Os dois saíram para jogar e Chay chamou Mica para continuarem a partida de videogame. Resumindo: Thur e eu sobramos, e eu tenho a leve impressão de que isso foi proposital. — É, parece que a louça vai sobrar pra gente, DE NOVO.
— É — respondi simplesmente, pegando alguns pratos.
— Que foi? — perguntou-me se apoiando na pia com um braço e me olhando.
— Que foi o quê? — fingi-me de desentendida, até fui um pouco mal educada.
— Seu jeito. Eu juro que tinha esquecido de que a tinha convidado!
— Thur, não me importa. Só acho que você devia colocar a mão na sua consciência e ver a besteira que está fazendo — falei, lavando alguns pratos. — Ela não merece isso.
— Você não a conhece e eu também não devo explicações — respondeu secamente e eu respirei fundo.
— Ótimo, ficamos todos felizes assim — dei um meio sorriso e coloquei os pratos no escorredor.
— Deixa os talheres e os copos comigo — falou me empurrando um pouco, para ficar no meu lugar. Coloquei o pano em seu ombro e deixei a cozinha. Ainda sentia a cabeça pulsando, eu estava incrivelmente irritada com Thur. Odeio quando a pessoa faz tudo errado e finge existir uma razão para isso. Não existe razão. As pessoas erram e pronto. — Lu! — o ouvi chamar e parei no meio do caminho, virando-me para olhá-lo. Thur estava parado na porta da cozinha, escorado, observando-me.
— Que é? — perguntei impaciente e ele se aproximou lentamente. Eu preferia que ele estivesse correndo, porque assim eu teria uma desculpa para não ter conseguido cair fora a tempo.
Mas não. Thur veio devagar, eu não saí porque realmente não queria. Ficamos com os corpos muito próximos e ele segurou a minha mão suavemente. Senti a sua respiração em minha orelha, depois recebi vários beijos na bochecha, e esses beijos iam fazendo caminho até a minha boca. Eu estava arrepiada, e agora Thur podia sentir isso, pois sua mão acariciava o meu braço. Ele mordeu levemente o meu queixo e pressionou o meu lábio inferior com os seus. Não tinha forças para correr, fugir.
— Por que você faz isso, Thur? — perguntei quase sussurrando.
— Shhh... — ele pediu simplesmente e as nossas línguas já estavam brincando. Thur pressionava a minha cintura, deixando-me ainda mais colada nele. Eu tentava não abraçá-lo e não corresponder direito aquele beijo. Mas só tive sucesso com a primeira opção, pois o beijo estava impossível de ser cessado. Apenas me entreguei.
— O amor move montanhas — ouvi e nos soltamos bruscamente. Mica dava um sorrisinho provocativo e eu não sabia onde enfiar a cara.
— Dããã! — Thur disse dando-lhe um pedala, quando passou por nós, e o seguiu, deixando-me sozinha, sem entender nada do que acontecia. Então, fechei os olhos e balancei a cabeça, tentando não pensar em mais nada. Dei meia volta e subi as escadas. Já pude ouvir as risadas antes de entrar na sala. Abri a porta e vi Mel e Harry jogando sinuca, ela dava a tacada e comemorava a bola que tinha acabado de entrar. Ele fazia algumas caretas e a mandava se calar. Chay assistia tudo, sentado no chão, segurando um dos controles de videogame. Eles sorriram para mim, quando entrei na sala, e eu apenas sentei ao lado de Chay.
— Como se joga isso? — perguntei pegando o controle livre.
— É fácil! — Chay disse se aproximando e explicando que botões eu devia apertar para fazer determinada coisa. Era um jogo de corrida de carros.
— Já, já... Vai pro seu lugar que eu quero ganhar! — falei rindo e empurrando Chay, que me olhava com um sorriso competitivo.
— Então vamos... Quero só ver! — falou iniciando a rodada. Quando me explicou, parecia ser tão fácil. Ok, quebrei a cara. Meu carro saía da pista o tempo todo e Chay morria de rir. Até Mel e Harry largaram um pouco o jogo deles para nos assistir e rir da minha cara. Eu era terrivelmente ruim naquele troço.
Mica apareceu, com Thur o seguindo, e Chay e eu já estávamos na quinta rodada. Eu tinha perdido todas e era motivo de piada por isso. Mas eu simplesmente não me importava, e até ria de mim mesma. Estava sendo divertido.
— Preciso fazer xixi! — falei soltando o controle e correndo para o banheiro, ouvi a risada dos garotos e algum comentário sutil de Melanie. Quando voltei para a sala, Thur jogava com Mica e Chay jogava sinuca com Mel. Harry estava no celular. Aproximei-me de Mel e Chay e fiquei observando sua partida. Ela acertava o tempo inteiro e jogava na cara dele. Eu comemorava, dizendo que ele estava tendo o seu castigo por ter ganhado tanto de mim. Procurava ficar o mais distante possível de Thur, mesmo sentindo aquelas duas bolas azuis me fitando algumas vezes. Ter um beijo ‘roubado’ não significa que já está tudo bem, se é isso que ele pensa. Então, grudei ao máximo em Mel e Chay.
— Rachel... — ouvi Harry chamar com uma voz pidona e o olhei. Ele estava deitado em almofadas, atrás de Thur e Mica.
— Diga — respondi sorrindo.
— Cadê a minha massagem? — perguntou com uma expressão de dor, que era mais drama do que realidade. Saí de onde estava e fui andando em sua direção.
— Fica de bruços — falei já próxima de Harry e cutuquei-lhe com o pé de leve na costela, ele riu e se virou. — Agora tira essas almofadas daí.
— Pronto, sou todo seu — respondeu em um tom de brincadeira e eu sentei no chão, ao seu lado, e comecei a massagem pelos ombros.
— Nossa, você está tenso.
— É falta de você sabe o quê — falou simplesmente e eu ri.
— Também, com as suas cantadas ruins é difícil conquistar alguma garota e fazê-la se abrir. Literalmente — Thur se meteu na conversa, sem se virar, ainda jogando.
— Às vezes, não é preciso cantada. O que conta é demonstração — respondi e fui apoiada por Mel. Harry me olhou arqueando as sobrancelhas e Mica deu um tapa nas costas de Thur. Eu tenho certeza de que ele corou. Desci a massagem para as costas de Harry e continuei concentrada ali. Ele também tem um corpo escultural. Às vezes eu me pegava boquiaberta com as suas formas.
— O que não falta em mim é prática, e você sabe disso — Thur rebateu e eu acordei do profundo transe. Ele tinha mesmo respondido aquilo? Nem sei como todos reagiram, só sei que um silêncio assustador se instalou e eu o olhei com os olhos semicerrados, bufando. Ele apenas riu e se virou para o jogo novamente. Ainda mato o Arthur.
Eu já tinha esquecido o que estava fazendo, mas Harry me chamou para a realidade e eu voltei a encarar as suas costas. Depois que acabei a massagem, chamei Mel para ir embora. Os meninos — menos Thur — reclamaram, mas ainda bem que a Mel concordou em ir, ela tinha que fazer algum trabalho da faculdade para entregar na segunda. Pegamos as nossas coisas e deixamos a casa deMica, Mel disse que ligaria confirmando a data da festa à fantasia. No carro, conversamos muito, contei a ela sobre o ocorrido com Thur no corredor, dele ter vindo atrás de mim e me beijado. Ela disse que ele é louco e gostoso, por isso entendia o fato de eu não ter fugido. Claro que dei tapas nela pela declaração.
— E você? Que história louca é essa? — perguntei me referindo ao seu caso duplo.
— Ah, loooooonga história — respondeu com um sorriso maroto e eu fiquei incrédula.
— Desde quando você ficou assim, amiga? — indaguei espantada e ela começou a rir.
— Eu te falei que as minhas direções mudaram. Agora eu que faço os homens de bobos.
— Mas cara, o Chay não merece isso que você está fazendo! Você sabia que pode provocar o fim de uma amizade de anos? — perguntei tentando fazê-la entender o que podia acontecer.
— Ai Lu, como você é exagerada! — respondeu tranquilamente. — Você fala como se o Chay esperasse fidelidade de mim. Eu estou te falando e você não acredita. O que nós temos é um lance completamente aberto. Não tem essa de "sou sua e você é meu"!
— É, mas não quando isso envolve um dos seus melhores amigos. Melanie, pelo amor de Deus. Decida-se!
— Não dá — falou desanimada.
— Claro que dá! — rebati.
— Claro que não! O que falta no Mica o Chay tem, e vice-versa.
— Como assim?
— Tipo, o Mica tem muita pegada, exageradamente, ele me lembra o que você conta do Thur. Tem um fogo do demônio. Já o Chay é mais carinhoso, é aquele tipo fofinho, ursinho de pelúcia — explicou com os olhos marejados, mas eu não sabia por quem ou se era pelos dois. Ela definitivamente precisa de remédios controlados.
— Vem cá... De onde começou esse seu lance com o Mica? — perguntei cortando o assunto.
— Ah... Lembra aquela casa noturna que a gente foi no fim de semana seguinte ao meu aniversário? — perguntou e eu assenti. — Então, lá rolou uma troca de olhares, um contato visual, saca?
— Não! Meu Deus, você está uma safada, garota! Ficando com um e trocando olhares com o amigo dele?
— Eu não 'tô ficaaaaaaando, ficando com o Chay, #$@%! Entende! — deu um tapa na minha nuca e eu devolvi.
— Ok, ok. Mas quando vocês ficaram?
— Naquela saída depois da casa noturna, no meio da semana, que você não foi. O Mica me arrastou para um banheiro e aí, minha filha, eu vi a luz! — suspirou e eu balancei a cabeça, ainda incrédula. Já nos aproximávamos do prédio em que moramos e Mel estacionou o carro. Descemos e corremos, precisávamos de um banho quase que urgentemente.
Tomei banho antes de Mel, porque ela disse que primeiro terminaria o seu projeto e depois tomaria banho. Vesti-me com uma roupa confortável e voltei para a sala. Mel ainda fazia algumas anotações.
— Você pensou nessa festa toda na hora do almoço mesmo, ou já tinha pensado nisso e NÃO TINHA ME FALADO? — perguntei sentando-me ao seu lado no sofá.
— Ah... Eu tinha pensado e não tinha te falado — respondeu simplesmente, apagando alguma coisa que tinha escrito errado.
— Muito obrigada, cada vez a nossa amizade se solidifica mais! — brinquei e joguei uma almofada nela, que me xingou de todos os nomes possíveis.
— Vai se #$@% sua filha da @#$! do demônio! Não te falei porque não tinha tido a ideia completa, e você sempre estraga meus planos — soltou uma risada maléfica. — Mas agora você já sabe!
— Ok, mas você pretende fazer isso quando, mesmo?
— Em duas semanas nós acabamos tudo, certo? Então as aulas acabam numa sexta e a gente faz a festa no sábado! Perfeito! — bateu palminhas, mas logo voltou a segurar o lápis e o caderno.
— Certo. Já pensou na fantasia?
— Não — pensou. — A gente podia usar a mesma! Que tal? Só mudar as cores e tal...
— Hum... Boa ideia! Vou pesquisar algo! — falei e dei um empurrão em seu braço, ela reclamou, mas nem se moveu, devia estar mesmo concentrada. Levantei e fui para o meu quarto. Eu precisava descansar, acordar daquele jeito me deixou sem energias. Ah, e só para lembrar: eu odeio Arthur Aguiar. O-D-E-I-O.

Continua ..



Autora: Ingrid H.


PS: Esse capítulo saiu mais rápido néh ?? É que eu tive cinco minutinhos vagos e deu para postar .. ^.^ 

Ps-2:Sigam meu outro blog por favor ?? Clica aqui
Ps-3: Comentem por favor ..





7 comentários:

  1. Maaaaaaaaaaaaaaaaaais PERFEITA

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  2. Plmdds,posta logo se não vou morrer PERFEIÇÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO DEFINE ;)

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  3. +++++++++++++++++ sua web é víciooooooooooooo amo demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais =D

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  4. já não consigo mais viver sem essa web P-E-R-F-E-I-T-A

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