quarta-feira, 3 de julho de 2013

Só Tenho Olhos para Você (Capítulo 2)




***

Pelo amor de Deus, o que tinha acontecido?
Arthur Aguiar sabia como tinha que se sentir em relação à Lua. Tinha que gostar dela do jeito que um cara gostava da própria irmã, protegendo-a, garantindo que estaria segura e feliz. Tinha que ser cego para o jeito como Lua tinha crescido ao longo dos anos. Não deveria admirar aquelas curvas embaixo das roupas enquanto ela ficava no meio da vinícola inspecionando os preparativos para o casamento. E quando colocara o chapéu de volta na cabeça de Lua, e os olhos dela pareceram tão sonhadores, com certeza não deveria ter sentido aquela vontade louca de puxá-la e beijar aqueles lábios macios.
No entanto, não conseguia tirar os olhos dela enquanto a via se afastar, não conseguia parar de pensar na maciez daquele rosto e na maneira como seus cabelos sedosos deslizaram entre os dedos dele.
Que merda!
Quanto tempo passara tentando negar o que sentia por Lua? Quantos anos passara dizendo a si mesmo que aquilo se limitava a algo de que poderia se livrar facilmente com outras mulheres? Mulheres que eram boas durante algumas horas de transa, mas que não chegavam nem aos pés da elegância, da inteligência e da delicadeza como Lua.
Como conseguiria permanecer com Lua durante a cerimônia de casamento quando o autocontrole lhe escapava pouco a pouco, cada vez que a via nos últimos meses? Sentar ao lado dela enquanto repassava os planos do casamento, respirar aquele hálito doce e imaginar se ela teria aquele mesmo sabor na língua dele estava, lentamente, deixando-o maluco. Cada dia mais ela tomava conta de seus pensamentos e de seus sonhos.
Parado no meio da vinícola de Marcus, com Lua perto o suficiente para puxá-la para seus braços, Arthur tinha duas opções impossíveis: alcança-la e finalmente possuí-la da maneira que fantasiara por muito tempo... ou afastá-la de vez, para o próprio bem dela.
O peito dele doía de arrependimento ao lembrar-se da expressão magoada de Lua depois de ter feito aqueles comentários sobre suas roupas e sobre precisar ficar bonita para o casamento. Ela era a última pessoa no mundo a quem ele queria magoar, e era exatamente por isso que tentara manter a maior distância possível ao longo dos anos.
Arthur odiava pensar em algum namorado tivesse lhe passado a perna e que, depois de tudo, tivesse coragem de aparecer no casamento do irmão dela. Ela merecia estar com alguém que lhe desse tudo: uma casa com grades brancas no jardim e um bando de filhos lindos e tão inteligentes como a mãe deles.
Ele apertou o punho com força sobre o peito para afastar fisicamente o nó provocado por aquelas imagens de Lua feliz da vida com outro homem. Arthur não estava muito firme com relação ao plano dela de provocar ciúmes no ex, mas já tinha planos de pegar o cara sozinho e dar-lhe uma lição sobre o que acontecia quando alguém mexia com um Blanco.
Nesse momento, Chase saiu para o terraço de Marcus e chamou Arthur, tirando-o de seus pensamentos.
Os irmãos de Chase eram todos padrinhos, com Marcus conduzindo a cerimônia do casamento. Arthur era o único fora da família Blanco a ter a honra de ficar ao lado de Chase, mesmo com tantos primos a quem poderia ter escolhido.
O nono Blanco. Eles sempre o fizeram sentir-se assim, como se fosse um deles. Em todos aqueles anos que passara na casa deles, Arthur fingira estar em sua própria casa. E, na verdade, a casa de Claudia Blanco tinha sido o único lar verdadeiro que conhecera, até comprar sua própria casa com o lucro dos pubs irlandeses.
Arthur estava feliz por Chase. Com certeza tinha ficado surpreso pela maneira como seu amigo se apaixonara tão rapidamente, mas, só porque Arthur nunca se deixaria ser fisgado daquele jeito, isso não significava que não apoiara um Blanco.
Ser um dos padrinhos no casamento de Chase e oferecer as bebidas fazia parte da retribuição à família que ajudara a cria-lo quando sua própria família não estava nem aí.
— Como está se sentindo no grande dia?
Chase sorriu.
— Bem. — O sorriso se abriu ainda mais. — Muito bem.
Arthur tinha visto Chase e Chloe juntos o suficiente para saber que esse era um cara absolutamente feliz. Ele não parecia ter nenhum arrependimento por abri mão das modelos sensuais.
— Viu a Chloe? — Chase perguntou. — Acha que ela precisa de alguma coisa?
Assim que Chloe anunciara a gravidez, Chase tornara-se um exemplo de qualquer pai de primeira viagem. Era exatamente o tipo de comportamento maluco que Arthur nunca entenderia. E a razão pela qual sempre tinha que garantir que nenhuma de suas parceiras ficasse grávida.
— Acabei de falar com Lua — ele respondeu a Chase. — Parece que está tudo sobre controle com as garotas.
— Bom. — Chase balançou a cabeça, então sorriu de novo. — Venha para dentro. O Chay está nos contando sobre uma orgia da qual participou umas semanas atrás. Acho que está se aquecendo para o discurso depois do casamento.
— Então, você realmente não vai sentir falta de tudo isso?
Chase não hesitou antes de balançar a cabeça.
— A Chloe vale mais que mil orgias.
Arthur pôde ouvir os Blanco rindo e entrou. Ele amava aquela família como se fosse a sua; levaria um tiro por qualquer um deles. Especialmente por aquela loira maravilhosa que não conseguia tirar da cabeça.
Nem do coração.


CAPÍTULO DOIS [n/a: capítulo dois no livro, ok?]

— Estávamos a ponto de mandar uma equipe de resgate atrás de você. — Mari, a maquiadora com quem Chase geralmente trabalhava em suas sessões de fotos, agarrou Lua assim que ela colocou os pés na casa de hóspedes. — Todo mundo já está colocando os vestidos. Ainda bem que você só precisa de um pouco de rímel e batom.
Normalmente, Lua teria concordado em manter o rosto quase sem nada. Ela nunca se sentira muito à vontade com maquiagem. Mel era quem sempre gostara de brincar com as sombras e os pós de arroz da mãe. Lua preferia achar os livros que ensinavam a irmã como aplicar a maquiagem, em vez de brincar de ser manequim.
— Na verdade — ela disse —, gostaria que usasse um pouco da sua mágica comigo.
A moça levantou uma sobrancelha.
— Mágica?
Lua balançou a cabeça.
— Tem esse cara...
Mari abriu um sorriso lento para Lua.
— Bom, nesse caso, vou ficar muito feliz em usar um pouco da minha mágica em você. Ele não vai ter nem ideia de onde veio o tiro. — Chamou a amiga cabeleireira que trouxera com ela.  Jackie, pode vir aqui um momento?
Alguns minutos de conversa secreta depois, na qual Lua deixou claro que não queria aparecer nem muito arrumada nem vulgar, somente muito mais sexy do que normalmente era, as três mulheres montaram um plano.

Lua sentou-se na cadeira e tentou ignorar o coração disparado enquanto Mari e Jackie transformavam a Boazinha em alguém absolutamente diferente. 

...CONTINUA!...

Como será que a Luinha irá ficar?
Hmm... Será que o Arthur irá ficar impressionado quando vê-la?
Comentem muito!

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